O Pau de Fósforo

14-11-2011 11:11

O Pau de Fósforo

 

Era uma vez um fósforo, um pau de fósforo - vejam bem que com tão pouco se começa uma história. 
O pau de fósforo perdera a cabeça num fogaréu - história antiga, dolorosa, que nem convém lembrar - e estava ali, que nem para palito servia. 
- Não presto para nada - suspirava, muito desconsoladamente, o pau de fósforo. 
- Quem tal disse! - exclamou um senhor muito optimista, muito optimista, muito optimista. - Você pode ser aproveitado, como obra de engenharia, para ajudar um carreiro de formigas a vencer um riacho? de formigas, já se vê. 
- Que disparate! - contrapôs outro senhor, mas muito pessimista, muito pessimista, muito pessimista. - Passa um pé por perto e salta a ponte de pau e afogam-se as formigas? Uma desgraça! 
O pau de fósforo, de cabeça perdida, não sabia por qual se guiar. Pelo optimista? Pelo pessimista? Valia a pena oferecer-se à aventura? Ai, quanto custa decidir! 
Neste entretanto, passou a rasar por ele uma andorinha. Zás, em voo de reconhecimento? Passou outra vez, em sentido contrário e levou-o no bico. Estava a construir o ninho num beiral de telhado e aquele pauzinho vinha mesmo a calhar, entrelaçado com outros paus e ramos. 
Tudo se aproveita, até um pau de fósforo. Que ninguém diga que não serve para nada.

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